Para comemorarmos o Dia do Meio Ambiente, celebrado nesta terça feira, 5 de junho, vamos ver bela imagens de paisagens de matas de araucárias que graças à preservação atual, ainda estão espalhadas embelezando a Serra Gaúcha e região sul do Brasil.
O Pinheiro Grosso em Canela, exemplar raro de Araucária com mais de 700 anos.
Estado de conservação
Em perigo crítico
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Pinophyta
Classe: Pinopsida
Ordem: Pinales
Família: Araucariaceae
Género: Araucaria
Espécie: A. angustifolia
Nome binomial: Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze
Image
O pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia) ou pinheiro-brasileiro, também conhecido pelo nome de origem indígena, curi, é a única espécie do gênero encontrada no Brasil, planta com alta tolerância à baixas temperaturas de até -5°C.
Integra um grupo, onde seu gênero teve origem há cerca de 200 milhões de anos. Ocorre restritamente no hemisfério Sul e é composta por 19 espécies que estão distribuídas pela Austrália, Papua Nova Guiné, Nova Caledônia, Vanuatu, Ilha Norfolk, Brasil, Chile e Argentina; no Brasil, possui grande abrangência territorial, possibilitando a variação da espécie, dentre as variedades da Araucaria angustifolia encontramos: elegans, sancti josephi, angustifolia, caiova, indehiscens, nigra, striata, semi-alba e alba.
Sua distribuição geográfica engloba os ecossistemas de: Clima tropical úmido, Clima subtropical úmido e Clima subtropical de altitude. Mesmo sendo uma espécie exclusiva da Floresta Ombrófila Mista, o pinheiro-do-paraná ocorre em áreas de tensão ecológica com a Floresta Estacional Semidecidual e Floresta Ombrófila Densa, bem como em refúgios na Serra do Mar e Serra da Mantiqueira. No decorrer dos períodos geológicos, a A. angustifolia apresentou dispersão geográfica bastante diversa da atual, pois foram encontrados fósseis no Nordeste brasileiro (IBGE, 1992).
A copada majestosa das araucárias, voltadas para o céu a cinqüenta metros de altura, lhe confere um desenho característico. Canelas, imbuias e cedros formam um segundo extrato que cobre sub-bosques de erva-mate e xaxim. A fauna original tinha onças, bugios, cotias, catetos e a gralha-azul.
A utilização de sua madeira por serralherias, principalmente no estado do Paraná, colocou esta espécie na lista de plantas em extinção, hoje sua cobertura vegetal está reduzida à 2% da mata original, conhecida como Floresta de Araucárias; antes de sua extensa exploração, as matas de araucárias se extendiam por 20 milhões de hectares.
A Araucária é perenifólia, com altura variando de 10 a 35 m e DAP (diâmetro do tronco) entre 50 e 120 cm, quando adulta. O tronco é reto e quase cilíndrico; se ramificando em pseudo-verticilos, com acículas simples (folhas), alternas, espiraladas, lineares a lanceoladas, coriáceas, podendo chegar a 6 cm de comprimento por 1 cm de largura. Possui casca grossa (até 10 cm de espessura), de cor marrom-arroxeada, persistente, áspera e rugosa.
As “flores”, chamadas de estróbilo (não são caracterizadas como flores, pois não possui apectos morfológicos necessários á uma flor) são dióicas, ou seja, existe a “árvore fêmea e a árvore macho”. As femininas, possuem o estróbilo que são conhecidas popularmente como pinha e são bastante utilizadas em decorações em geral, inclusive na ornamentação de árvores de natal, já as masculinas são cilíndricas, alongadas e com escamas coriáceas, tendo comprimento variando entre 10 e 22 cm e diâmetro entre 2 e 5 cm (são menores que os estróbilos femininos).
Os pseudofrutos (os estróbilos após fecundados, geram as sementes, que são desprovidas do fruto e, portanto não são frutos) ficam agrupados na pinha que, quando madura, chega a pesar até 5kg. Cada quilograma contém cerca de 150 sementes, que perdem a viabilidade gradualmente em 120 dias.
Os pinhões, além de serem muito saborosos são ricos em reservas energéticas (57% de amido) e em aminoácidos, são muito utilizados na alimentação humana e também na fauna silvestre.
Há uma intensa interação entre esta planta e a fauna, auxiliando na dispersão de suas sementes. Alguns são roedores, como as cotias, as pacas, os ouriços, os camundongos e os esquilos. Entre as aves são citados o papagaio-de-peito-roxo, a gralha-picaça, airus, gralha azul e os tucanos.
A madeira deste pinheiro possui coloração branco-amarelada e bastante uniforme, sendo facilmente atacada por fungos apodrecedores e cupins, porém é altamente permeável aos preservativos, facilitando o tratamento da madeira. Apresenta tendência à distorção e rachaduras, dificultando a secagem natural, e para se obter madeira de boa qualidade, é necessária a secagem artificial controlada; é de trabalhabilidade e indicada para o uso na produção de: caixotaria, movelaria, laminados, tábuas para forro, ripas, caibros, lápis, carpintaria, palitos de fósforos, formas para concreto, marcenaria, compensados, pranchas, postes e mastros de navios. Também é um bom combustível, suas cascas por exemplo, são usadas em fogões domésticos.
Popularmente, tem uso medicinal no combate contra azia, anemia e debilidade do organismo, utilizando para isso o próprio pinhão; para o combate de anemia e tumores provocados por distúrbios linfáticos, são cozidas as folhas. A infusão da casca mergulhada em álcool é empregada para tratar “cobreiro”, reumatismo, varizes e distensões musculares.
A araucária tem bom nível de adaptação às condições de luminosidade em plantios a pleno sol. Mas para melhores resultados, deve-se cultivar as mudas ainda em período juvenil em condições de sombreamento. Porém, quando adultas, está espécie é fundamentalmente heliófita (ou seja, cresce a pleno sol).
Fontes consultadas:
http://www.ipef.br/identificacaoaraucaria.angustifolia.asp
Venha apreciar as mais belas paisagens da Serra Gaúcha com a Brocker Turismo!