40º Festival Internacional do Folclore está agitando a Serra Gaúcha!
Se unir culturas traz riqueza e crescimento, como diz a canção da Diversidade, Nova Petrópolis foi uma explosão cultural neste primeiro final de semana do 40º Festival Internacional de Folclore. Com culturas de todo o mundo, o público estimado em 15 mil pessoas constatou que a diversidade é o que nos une, como diz o lema do evento, já que a integração entre a comunidade e grupos visitantes foi o ponto alto deste início de Festival.
Com programação desde sexta-feira, 27, as atividades culturais foram as mais variadas nestes primeiros dias. Apresentações artístico culturais, desfiles, momentos de reflexão e bailes já fizeram deste Festival um sucesso. “O festival é praticamente completo. Além das variadas atividades propostas, há todo um envolvimento da comunidade e isso é muito difícil de ser preservado”, destacou Terezinha Pasqualini Miquilin, Secretária Executiva Regional da IOV América do Sul e Presidente da IOV Brasil.
A chama folclórica, símbolo da celebração da cultura e da paz, foi acesa na noite de sexta-feira, 27, na localidade de Linha Imperial sob os olhares atentos de todos os grupos já presentes em Nova Petrópolis. Um momento de ressaltar a cultura germânica da localidade que começou com o grupo Böhmerlandtanzgruppe, fundado em 1987, e a cultura gaúcha através do CTG Pousada da Serra fundado em 1983. Linha Imperial, localidade precursora do Cooperativismo em Nova Petrópolis, prestou também uma belíssima homenagem ao Padre Jesuíta Theodor Amstad que conscientizou os agricultores da década de 1885 a buscar soluções através do associativismo. A chama, ficou sob vigília da comunidade até o momento de ser levado ao palco principal do evento, no entardecer de sábado. “A chama folclórica toca o coração de cada folclorista e, principalmente nós gaúchos, que temos na chama crioula um sentimento muito forte”, destacou o Prefeito Luiz Irineu Schenkel.
Certamente, um dos momentos em que foi possível constatar o envolvimento da comunidade certamente foi o Baile Infantil realizado no sábado, 28. Enquanto crianças de até três anos mostravam toda sua desenvoltura com as danças alemãs e gaúchas, pais e familiares assistiam e incentivavam seus filhos a preservar a cultura típica da região. Mais de 250 crianças de Nova Petrópolis, de Dois Irmãos e Paverama mostraram como cultuam a sua história.
As condições climáticas favoráveis do sábado também trouxeram um público recorde ao grande Desfile de Integração, que pela primeira vez, contou com a presença de carros alegóricos e uma expressiva participação da comunidade local. A avenida principal da cidade ficou pequena, em extensão, para os cerca de 1,5 mil pessoas que espalharam a alegria e o entusiasmo característicos dos folcloristas. “Moro numa região que também possui descendência alemã, mas nunca vi algo assim. Minha bisavó é alemã e hoje estou revivendo um pouco da minha história”, disse José Luiz de Mello de Novo Hamburgo que assistiu ao desfile ao lado de sua família. “Este foi sem dúvida o melhor que já teve. Daqui a pouco estará igual aos desfiles da Festa da Uva”, afirmou Liana Paiva de Gravataí, visitante assídua de Nova Petrópolis.
Recepcionados pela Big Band de Nova Petrópolis, o cortejo do grande desfile coloriu ainda mais a Praça das Flores. A mistura de cores, idiomas, culturas e ritmos foi novamente um momento impar de expressão cultural, que foi culminado pela recepção da Chama Folclórica e sinceras palavras sobre a grandiosidade do evento. “Nova Petrópolis há no mínimo 40 anos já compreendeu que nós temos que ter orgulho e este sentimento de pertencimento: eu sou daqui. Orgulho dos usos e costumes, origens e raízes”, disse Margarete Moraes, representante do Ministério da Cultura da região sul, ao parabenizar Nova Petrópolis pelo evento e dizer que levará a Ministra Ana de Hollanda o quanto é emocionante ver uma cidade pequena em extensão e muito grande no desenvolvimento artístico cultural. O Prefeito Luiz Irineu Schenkel que reformulou o evento em 2005 e o tornou internacional em 2009, parabenizou principalmente Carla Cristiane Ferreira que “fez da cultura de Nova Petrópolis o marco do turismo de Nova Petrópolis”.
Através de um trabalho de envolvimento comunitário e principalmente dos grupos culturais de Nova Petrópolis, a valorização das tradições germânicas foi repassada ao público com o grande espetáculo “Epopeia dos Imigrantes”. A saga iniciada pelos imigrantes desde a sua saída da Alemanha, a chegada ao Rio de Janeiro, a vinda a São Leopoldo e a criação da colônia de Nova Petrópolis foi representada no palco por cerca de 300 pessoas. Idealizado por Ilse Evers Gans, o espetáculo emocionou aos que viveram ou presenciaram parte da história do Município. “Ficou maravilhoso. Eles foram ótimos”, resumiu Ilse que não cabia em si de tanta felicidade e emoção. “Somos muito gratos aos semeadores que tivemos. O gosto que temos pela dança, pela arte e pelo prazer em manter viva a história trazida pelos nossos antepassados é fruto da motivação que um dia levou um grupo de pessoas a terem a iniciativa e o desafio de promover a cultura através da realização de um Festival de Folclore”, disse Ana Carina Ruppenthal Raimann, Presidente da Associação dos Grupos de Danças Folclóricas Alemãs de Nova Petrópolis.
No domingo também aconteceu o primeiro Desfile de Moda Folclórica, organizado pela Trachtenhaus Trajes Típicos. Eredi Heumann, mais conhecida como Frau, tradicionalmente confecciona os vestidos e trajes típicos da cidade e região e neste desfile demonstrou mais de vinte formas de incluir um traje típico no dia a dia. Os grupos folclóricos locais também demonstraram as suas habilidades na prova germânica de corrida de tamancos. Nesta prova, disputados por casais calçando tamancos, com suas mãos unidas por um laço, precisaram carregar um cesto com o propósito de recolherem uma dúzia de ovos, sem que estes quebrassem.
Durante todo o final de semana, o público visitante foi agraciado com espetáculos vindos da Argentina, Egito, Paraguai, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais e São Paulo, além dos grupos gaúchos. O público também teve a sua disposição uma farta opção de artefatos decorativos e funcionais feitos em madeira, pedra sabão, palmeiras, palha, sementes, tecido e crochê, vestimentas e adereços como pulseiras, brincos, colares e pingentes, além de produtos comestíveis como doces e pães de mel no espaço do artesanato.
3º Encontro Sulamericano da IOV
Paralelamente ao Festival Internacional de Folclore aconteceu na cidade o 3º Encontro Sulamericano da IOV. Representantes da cultura e da arte popular do mundo discutiram assuntos referentes a avaliação da IOV a nível de Brasil e América Latina, as mudanças na esfera do folclore e das artes populares e as metas que precisam ser atingidas na área cultural, além de acompanhar a programação do evento.
Fonte: 40º Festival Internacional do Folclore
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